quinta-feira, 30 de abril de 2009

Amor de Cristo

Hoje perdido em pensamentos me ocorreu uma série de questionamentos sobre o que é o amor. Que sentimento é este que nós julgamos não existir senão de pai para filho? Para Camões o amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; para Paulo o amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso, o amor nunca falha, o amor não trata com leviandade. Mas para Deus o que é o amor? E para Jesus o que é o amor? Dizem que o amor é vida... Então qual o papel da morte nesta e em tantas outras lindas historias de amor? Jesus disse: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amo”, mas todo sábado de aleluia nós em uma tradição irracional malhamos o Judas.

Depois de tudo isto eu lhes pergunto: o que... é... o amor...? Talvez Cazuza esteja certo: o amor é o ridículo da vida, agente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora... Se for assim eu prefiro abrir mão de tal sentimento, pois se o amor é fogo, se o amor é sofredor se é como diz Raul Seixas que ninguém é feliz tendo amado uma vez, se amar é passar por tudo isso, confesso a vocês que tenho medo e talvez eu prefira experimentar um outro sentimento: A Paixão.

Alguns não acreditam na pureza deste sentimento, acham ele muito superficial e pouco duradouro, mas como diria Fernando Sabino: O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. E um poeta que vocês devem conhecer, por isso não citarei seu nome, fala muito bem quando diz que “só quem soube duvidar, pode enfim acreditar. Viu sem ver e amou sem aprisionar”.

Meu objetivo não é desmoralizar o amor, mas sim mostrar que a paixão não é esse um sentimento mesquinho e fútil porque se ninguém é feliz tendo amado uma vez, então ninguém que nunca se apaixonou viveu plenamente sua condição como ser humano. Foi isso que Jesus quis nos ensinar com sua paixão: que os seres humanos não podem ser feitos prisioneiros, que a paixão é liberdade e não prisão, que a paixão é remédio e não doença pois Deus criou o homem para que tenha vida e vida em abundancia...